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Relatório 38

Glauco Bertolloti é apenas mais um estrangeiro em Barcelona. E seu emprego é, no mínimo, curioso: ele é um AVCM de uma empresa de seguros de vida, que investiga a causa da morte, logo da após o imediato falecimento do cliente. 
Investigar as circunstâncias da morte de uma pessoa pode ser algo extraordinário. Quem sabe o que pode surgir de um atropelamento, de um aparente suicídio ou de um simples acidente doméstico –– um assassinato, quiçá? E, ao final de cada jornada de trabalho, um informe, um relatório a ser entregue a seu chefe, o excêntrico e bem sucedido milionário catalão, Daniel Zarth...
Nada de muito incomum realmente aconteceu, até o relatório de número 38. Uma estante aérea de madeira de lei desprendeu-se da parede, esmagando a cabeça da cliente contra a escrivaninha, enquanto ela realizava um projeto da faculdade. Por que essa situação lembrava a Glauco uma música dos Beatles? O que saberia a colega de apartamento da vítima, a francesa Daniela, a respeito de uma ameaça de morte? Quem era Marcelle, e o que fazia ali? Ou ainda, por que estavam anexadas ao relatório, paginas da coluna El misterioso Kulmann, do jornal El Estatal, revelando diversos assassinatos numa universidade próxima?
Família, dinheiro, perda, pseudo-psicologia, sexualidade, terror, amor verdadeiro e sangue... Glauco observa esses detalhes, desconexos e sem particular sentido, unindo-os como um quebra-cabeça até chegar ao verdadeiro culpado.
Este é apenas mais um dia de trabalho, o relatório 38 a ser entregue a Daniel Zarth.

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